quarta-feira, 13 de maio de 2009

a guerra dentro de mim


Uma vida passou,mais uma guerra acabou,eu saí derrotada, suja, amargurada,castigada, saturada, destilada,usurpada, ferida, cansada.vai mudar, mudança positiva, acrésimo na vida,luta instigada, vitória suada, concorrida.É minha. E as pessoas me olham,como se eu fosse uma desconhecida,me cumprimentam, me medem,sabem do meu medo, da minha angústia,conhecem a minha ferida,bandida, surrada, fedida ferida maldita,e assim seguem-se os dias, as noites.ah, as noites, a hora que mais me apetece do dia.e nessa guerra, quem merece, nem sempre vence.nessa guerra de sorte, de azar, de bem e de mal.onde nem tudo são cores,e tudo o que reluz é informação, é novidade,um excesso de vaidade, pode ser uma perdição.tentar vencer, lutar com garra,ou esquecer as velas, e partir sem amarras.navegam-se barcos e caravelas,em meio a tempestades, e pores-do-sol.no meio de tanta gente,ser mais um mero concorrente,ou desfalescer de horror.destacar-se-á, noutro dia, noutra hora.na minha hora, isso tudo ter-se-á de passar.e a guerra, que pode ser no mar, ou na terra,essa guerra há de acabar.e quando acabar, quem terá sobrevivido?quem se terá partido, sem chorar?e outra vida, outra guerra há de começar,e assim será, até o dia em que tudo mudar.mas mudar, muda nada, porque haverá novas formas de guerreare então, em lamento e suplício,vam0s todos, de novo à beira desse precipício,e só os corajosos hão de voar.e assim, esse ciclo perpétuo, jamais se findará.e a cada instante, cada segundo, atenuante.cada dia, cada palavra, cada saída, cada entrada,há de marcar, há de se fazer suar, gritando por dentro,e sussurrando por fora.um dia, isso há de se por, junto com o sol,mas também o sol, renasce todo dia.e todo dia, uma nova agonia há de se instalar.e essa guerra nunca vai acabar. por: Juliana V. Lopes [uma coisa ímpar e pessoal, com amplitude e magnificência de significados.. espero que gostem!]

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